Nós somos do Clube Atlético Mineiro
Para Otávio Rangel
Agora há pouco a fazer. Prestigiamos, marcamos presença nos estádios, plantamos bandeiras nas janelas, nos carros, nas arquibancadas da alma. Choramos com a multidão angustiada, embora entalada, cantando “lutar, lutar, lutar, pelos gramados do mundo pra vencer”. Saía do coração aos pulos, entre o sobressalto e a dor. Entre a efêmera alegria de um gol e a agonia da inevitável derrota. Nossos abraços eufóricos perdiam a validade ao final de 90 minutos. Nossos sorrisos de esperança se desmanchavam como uma aquarela molhada, como a maquiagem borrada da torcedora que de iluminada e linda se apagava num perplexo e incompreensível luto.
Faltaram artistas no nosso circo. Faltou talento na nossa arte. Faltaram anjos no nosso céu.
A insensatez dos dirigentes foi mais poderosa que a nossa devoção. A luz de interesses escusos brilhou mais que nossas velas a tantos altares, brilhou mais que nossas promessas à tantos santos, ofuscou nossos olhares arregalados e incrédulos em tantos agoniados apitos finais. Viramos nossos símbolos de cabeça pra baixo, vestimos camisas pelo avesso. Atiramos rádios e angústias, como traídos, em quem teimou em não reconhecer nossa paixão. Ouvimos em silêncio lamentos e escárnios. Ainda não lambemos a ferida. Precisamos de calma.
Não que sejamos de calar, mas estamos roucos. Não que sejamos resignados, mas estamos frágeis. Não que sejamos covardes, mas como reabrir o peito à luta, quando endinheirados corruptos, qual generais de calças curtas, vestem na verdade indisfarçáveis armaduras da ambição pessoal e incendeiam em fogo amigo o nosso orgulho?
Agora é acalentar o peito, onde ainda brilha uma estrela amarela sobre o escudo listrado. Agora é clamar de novo aos santos, aos orixás, pastores da aflição, invocar a inquieta e eterna febre de Roberto Drummond para mantermos o que sobrou da chama acesa. Porque, ainda que na Série B, os furacões da astúcia, da falta de ética e da má fé não podem derrubar nossas camisas surradas, manchadas de luta e pranto, mas de sempre reluzente preto e branco a tremular no varal de cada atleticano coração.
Agora há pouco a fazer. Prestigiamos, marcamos presença nos estádios, plantamos bandeiras nas janelas, nos carros, nas arquibancadas da alma. Choramos com a multidão angustiada, embora entalada, cantando “lutar, lutar, lutar, pelos gramados do mundo pra vencer”. Saía do coração aos pulos, entre o sobressalto e a dor. Entre a efêmera alegria de um gol e a agonia da inevitável derrota. Nossos abraços eufóricos perdiam a validade ao final de 90 minutos. Nossos sorrisos de esperança se desmanchavam como uma aquarela molhada, como a maquiagem borrada da torcedora que de iluminada e linda se apagava num perplexo e incompreensível luto.
Faltaram artistas no nosso circo. Faltou talento na nossa arte. Faltaram anjos no nosso céu.
A insensatez dos dirigentes foi mais poderosa que a nossa devoção. A luz de interesses escusos brilhou mais que nossas velas a tantos altares, brilhou mais que nossas promessas à tantos santos, ofuscou nossos olhares arregalados e incrédulos em tantos agoniados apitos finais. Viramos nossos símbolos de cabeça pra baixo, vestimos camisas pelo avesso. Atiramos rádios e angústias, como traídos, em quem teimou em não reconhecer nossa paixão. Ouvimos em silêncio lamentos e escárnios. Ainda não lambemos a ferida. Precisamos de calma.
Não que sejamos de calar, mas estamos roucos. Não que sejamos resignados, mas estamos frágeis. Não que sejamos covardes, mas como reabrir o peito à luta, quando endinheirados corruptos, qual generais de calças curtas, vestem na verdade indisfarçáveis armaduras da ambição pessoal e incendeiam em fogo amigo o nosso orgulho?
Agora é acalentar o peito, onde ainda brilha uma estrela amarela sobre o escudo listrado. Agora é clamar de novo aos santos, aos orixás, pastores da aflição, invocar a inquieta e eterna febre de Roberto Drummond para mantermos o que sobrou da chama acesa. Porque, ainda que na Série B, os furacões da astúcia, da falta de ética e da má fé não podem derrubar nossas camisas surradas, manchadas de luta e pranto, mas de sempre reluzente preto e branco a tremular no varal de cada atleticano coração.